O
homem da máscara de ferro
Será que já nos demos
conta de quantos papeis assumimos durante um dia inteiro?! Desde a hora que
acordamos na cama e voltamos à mesma para o merecido descanso?! De certo que assumimos
diversos papéis e responsabilidades no cotidiano. Seja na vida pessoal como
profissional, esses papeis podem se intercalar em fração de segundos, minutos e
ate mesmo por horas. E assim vestimos diversas mascaras ao longo de nossa vida.
Falando um pouco de
historia, as mascaras tem muita influência sobre o ser humano e seu uso é muito
antigo podendo variar sua função de acordo com cada cultura. Os indígenas as
usam em seus rituais para determinados fins como: dança de guerra, cerimonias
de casamentos, roda de cura e ate para espantar espíritos. Já no antigo Egito
elas tinham a finalidade de acompanhar os mortos na passagem à vida eterna, na
China eram utilizadas para afastar os maus espíritos, Gregos e Romanos usavam
em cerimonias religiosas, mais recentemente por volta do século XV elas ganham
um caráter festivo no primeiro baile de mascara realizado em Veneza, dentre
outras funções ao longo dos tempos.
Assim como as tragédias
gregas já mostravam há séculos através das peças teatrais traduzindo de forma
lúdica a realidade presente, as encenações recriadas pelos autores perduram ate
os dias atuais, seja lá em filmes, seriados, palcos de teatros e assim se
estendendo para o cotidiano da nossa vida real. De fato que não somos a mesma
pessoa nos ambientes que transitamos durante um dia todo, porem é importante
ter consciência desses papeis sociais, evitando assim que essa representação se
torne algo mais crônico e consequentemente patológico.
As mascaras tem um efeito de
ocultação de identidade, fazendo com que dependendo do ambiente e situação
podemos forjar e ate mesmo plagiar uma personalidade e nos mostrarmos como
outra pessoa, ou seja, com ela podemos exibir outras facetas embutidas que
estão dentro de nós. É bem comum essa evidencia nos rostos de personalidades
cujo papel é publico perante a sociedade, como no mundo artístico e profissões
que envolvam contato direto com a massa. É importante ter a consciência de que
por trás desses papeis existe em primeiro lugar um ser humano, que assim como
qualquer pessoa tem seus desejos, necessidades e defeitos da mesma forma que um
cidadão anônimo.
As
responsabilidades e a correria do dia a dia nos colocam por inúmeras vezes em
posição frenética e desenfreada, fazendo com que nos confundamos com essas
facetas que nos acompanham a cada passo dado. É importante saber colocar as
coisas em seu devido lugar de acordo com o momento e situação que estamos
vivenciando, por muitas vezes nos tornamos escravos de nós mesmos devido às
responsabilidades impostas e assim esquecendo quem somos de verdade em nosso
intimo, independente do pessoal e profissional.
É
importante ter a noção e saber virar a chave a cada entrada e saída entre os
ambientes que transitamos, fazendo que assim possamos evitar desgastes
emocionais que consomem energias desnecessárias à determinada situação e assim
alimentarmos e nos mostrarmos da forma que convém a cada um em particular
perante as situações que nos se apresentam em nossas vidas em particular, sendo
que nada acontece em vão e muito menos por acaso. O que sou na vida
profissional condiz com a pessoal? Ate que ponto, misturamos os papeis
assumidos em um dia a partir do momento que levantamos da cama?! Precisamos nos
atentar das responsabilidades e cuidarmos com mais carinho e consideração
consigo mesmo e aqueles que vivem a nossa volta.
Os diferentes idiomas que
identificam cada lugar do planeta como também a cor da pele e dos olhos é o que
temos de originais em nós, como representação de cada cultura local devido as
nossas heranças ancestrais. Diante essas particularidades que se apresentam ao
coletivo faz com que determinadas características se esbarrem umas nas outras e
de forma homogênea se misturando e criando novos costumes dando continuidade na
humanidade e assim a criação segue a tona no percurso evolutivo.
Tenho um bocado de
mascaras na porta de meu armário que fui criando ao longo da vida por questões
de moralidade e sobrevivência devido a grande influencia social que nos induz a
quase que todo momento, e aos poucos vou me despedindo de uma a uma ate atingir
minha verdadeira essência. É um processo doloroso e difícil de tomar, porem a
recompensa é gratificante, porque além exercitar o cérebro, desenvolve o
intelecto e nutre a alma.
Set./2013
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