À
medida que aumenta o conhecimento científico diminui o grau de humanização do nosso
mundo. O homem sente-se isolado no cosmos porque, já não esta envolvido com a
natureza, perdeu a sua ‘’identificação emocional inconsciente’’ com os
fenômenos naturais. E os fenômenos naturais, por sua vez, perderam aos poucos
suas implicações simbólicas. O trovão já não é a voz de um deus irado, nem o
raio seu projétil vingador. Nenhum rio abriga mais um espírito, nenhuma árvore
é o princípio de vida do homem, serpente alguma encarna a sabedoria e nenhuma
caverna é habitada por demônios. Pedras, plantas e animais já não têm vozes
para falar ao homem e o homem não se dirige mais a eles na presunção de que possam
entendê-lo. Acabou-se o seu contato com a natureza, e com ele foi-se também a
profunda energia emocional que esta conexão simbólica alimentava.
Livro: O homem e seus
símbolos, Jung, Carl G. p. 95.
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