Pó és e a pó voltarás
O velho que não para de roncar
O bebê que não para de chorar
O casal que não para de falar
O pai e mãe que não param de ignorar a menininha
Enfim, o planeta esta pulsando
Como telespectador
De fora fico só observando
A riqueza da pobreza resgatada e transformada em cultura
Que agora colhe seu tesouro de ouro
Tudo que se vai volta também
A raiz não se desprende do chão
O regresso a sua principal fonte um dia raptada
O bruto que se rende a fragilidade
O culto que se rende a ignorância
O relator que se rende ao exagero
O imparcial que se rende as digitais
O melancólico que se rende a alegria
A ingênua que se rende ao aprendizado
A formosura que se rende ao desleixo
A natureza que esculpe formas
Animais que viram deuses
Homens que viram santos juntamente com suas escritas
Cortesãs que carregam o manto e viram virgens
E ali esta depositada a fé que move montanhas
Sucumbir é mais fácil que agir
Para o alto e avante
A Luz é o elemento que nos sustenta
Pode nos levar a eternidade devido ao tour para o infinito
Vou pegar um ônibus e entrar em orbita um pouco
Antes que fique tarde
Para assim avistar as marionetes
Manipuladores da ignorância
Tudo é free entre eles
Qual é a mais recente receita agora?
Onde esta a prevenção, vejo apenas a intervenção
Nem tudo que é momentâneo é legal
Por isso minhas pernas não agradecem o tanto quanto meu intestino
Que momento é esse então
Alivio ou dor – as pernas trêmulas já não correspondem a mais nada
O que aconteceu com a coordenação motora
Por mais que o mau cheiro suba
Não afeta minhas narinas
Meus pelos, meu filtro
Minha mucosa, minha solução
Peneiramos uns aos outros
Cada um com seu valor independente do intelecto
Somos todos iguais com costumes diferentes
Somos todos diferentes com costumes iguais
Dez. 2007 / Jan./2008