sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

trip mochilão: 10 dias de Bolivia + 10 dias de Peru

Pó és e a pó voltarás
O velho que não para de roncar
O bebê que não para de chorar
O casal que não para de falar
O pai e mãe que não param de ignorar a menininha
Enfim, o planeta esta pulsando
Como telespectador 
De fora fico só observando

A riqueza da pobreza resgatada e transformada em cultura
Que agora colhe seu tesouro de ouro
Tudo que se vai volta também
A raiz não se desprende do chão
O regresso a sua principal fonte um dia raptada  

O bruto que se rende a fragilidade
O culto que se rende a ignorância
O relator que se rende ao exagero
O imparcial que se rende as digitais
O melancólico que se rende a alegria
A ingênua que se rende ao aprendizado
A formosura que se rende ao desleixo

A natureza que esculpe formas
Animais que viram deuses
Homens que viram santos juntamente com suas escritas
Cortesãs que carregam o manto e viram virgens
E ali esta depositada a fé que move montanhas
Sucumbir é mais fácil que agir
Para o alto e avante

A Luz é o elemento que nos sustenta
Pode nos levar a eternidade devido ao tour para o infinito
Vou pegar um ônibus e entrar em orbita um pouco
Antes que fique tarde
Para assim avistar as marionetes
Manipuladores da ignorância
Tudo é free entre eles

Qual é a mais recente receita agora?
Onde esta a prevenção, vejo apenas a intervenção
Nem tudo que é momentâneo é legal
Por isso minhas pernas não agradecem o tanto quanto meu intestino
Que momento é esse então
Alivio ou dor – as pernas trêmulas já não correspondem a mais nada
O que aconteceu com a coordenação motora

Por mais que o mau cheiro suba
Não afeta minhas narinas
Meus pelos, meu filtro
Minha mucosa, minha solução

Peneiramos uns aos outros
Cada um com seu valor independente do intelecto
Somos todos iguais com costumes diferentes
Somos todos diferentes com costumes iguais
Dez. 2007 / Jan./2008

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

apenas outra vertente

Vitruvian-man
É tudo invenção
Essa coisa da tal criação
Fomos criados ou inventados
Ou saímos de uma rota de colisão

O que diziam os visionários
Previam o que depois acontecia
Que garantia era essa do oráculo
Como é mesmo que se pula um obstáculo

Pessoas que mudaram todo um pensamento
Colocando em cena um padrão estabelecido
A liberdade de expressão e sua conotação
Mal compreendida e seguida pelos avessos

Quando Jesus voltar como dizem por ai
Vai reivindicar e pedir direitos autorais
Filosofou demais e atrapalhou as ideias
O negocio é pegar leve e viver numa boa

O sábio sempre soube de um caminho
Saída pela direita como leão da montanha
O profeta que mergulhava em si mesmo
E sem querer influenciava via boca a boca

Ao senhor o criacionismo
Ao doutor o transformismo
Ao ismo o labirinto da incógnita
Ao esmo o inconsequente casual

Falsos atores meros sabotadores
Dízimo a moeda do duplo sentido
Reforma que nunca tem um fim
Segue a garantia via sacolinha

O preço quem estipula é você
Alimentar as fantasias
Colorir o sentido dos sonhos
O movimento é todo seu

No medo a presente insegurança
No divino a sublime esperança
Na idealização a fabula ficção
Na realidade a pura existência

Medidas que se ligam entre si
Fazendo por si só a evolução
A bandeira é você quem levanta
Não importam as cores na flâmula

E sim o significado que lhe toca
Mitos e lendas a influencia da lua
Assim preenchemos as lacunas
Os sentidos guiam como numa bussola

O mapa das constelações guiou no inicio
As indicações de segredos trancafiados
Navegantes desbravadores mercadores
Tempos remotos explorados ao punho

E assim segue-se...
Jan./fev. 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

o por do sol me contou

As estrelas nasceram de uma transa muito louca entre o sol e a lua
Os continentes se separaram para mudar um pouco o itinerário
A busca de novos caminhos e melhor distribuição geográfica para todos

Vamos parar com esse egoísmo
O asfalto escaldante exala o que não deu certo
Como meus poros lhe entregam a bebida da noite passada

O deserto e sua textura inconfundível
Um vulcão cuspindo fogo nada mais é que a fase das espinhas na puberdade
Montanhas rochosas apresentam seu esqueleto
O verde crescido a barba a ser aparada
O mar em maremoto é seu próprio vomito
O furacão é a vertigem que leva a lona
O terremoto rompe
O que dizer de uma cachoeira
Com sua energia e força
As chuvas com suas lagrimas purificadoras
A trilha hoje percorrida uma veia dissecada
Os papeis se inverteram
Onde era mar virou terra e vice-versa
Portanto hoje estamos aqui e amanha ali

Diante tamanha biodiversidade de vida e cores, formas e sons
Sua predominância é azul
Primarias e secundarias - frias e quentes
As quatro estações o estado das coisas
Não para de girar
Mostrando o dia e a noite
Ocidente e Oriente – cedo e tarde
Uns dormem outros acordam
Eu aqui no presente admirando
O por do sol que se vai para se apresentar ao Oriente
Jan./2009

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

um blues só pra continuar

Conquista
deixei-a libidinosa com meu álibi
assim podendo ver em seus olhos
um imenso senso de fragilidade
tornando-a entregue as minhas fantasias
das mais puras as mais sarcásticas

a inocência e a malicia não possuem forma e origem
onde apenas nossos olhos dizem
como que em códigos secretos
já perdendo sua cor, raça e credo
apenas a força do positivo e negativo
como macho e fêmea, um quebra cabeças de mil peças!!!

mas tudo não passa de uma mera paquera
e continuo aqui transando com meus vídeos
que apenas me sacia – deixando o sentimento de lado

já joguei os dados e o meu numero não sai
já esqueci o gosto do beijo
quero o colorido e a história do desenho animado
a inocência e o bem se difundem em uma coisa só
assim fazendo que sejamos felizes para sempre

vejo moça direita beijando o mais novo garanhão
mas isso é o resultado de um pós relacionamento não bem sucedido
os traumas refletem aos olhos do telefone sem fio

é preciso o artifício do amor para poder lhe dar com a intimidade
estou aprendendo a dominar essa virtude                                                                   Dezembro/2006                              

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Versus

Versus
Elas só falam neles
Eles só pensam nelas
Deles elas esperam o amor
Delas eles procuram diversão

Elas reivindicaram a igualdade
Eles as proporcionaram a liberdade
Neles elas buscaram exemplos
Nelas eles confiam desde os templos

Elas adotam o feminismo ate então
Eles cultivam o machismo como sempre
Hoje a disputa incessante pelo poder
Confrontando então o jogo dos sexos

Elas geram e cuidam deles
Eles a cria que depende delas
Entre a delicadeza e a força estamos
Sexo e amor uma mistura sem fim

Elas sempre sonham com um príncipe
Eles também aguardam uma princesa
O romance literário além das paginas
Dormir abraçado com o livro não basta

Belas e irresistíveis elas continuam
Belos e charmosos eles procuram
Como um tabuleiro de xadrez
As peças aguardam sua vez

O que elas pedem sinceramente
O que eles querem realmente
Uma união regrada todavia
Com o nascer de cada dia

Elas e eles sempre em busca
Eles e elas querendo encontrar
Um sentido que revele um alguém
No mais puro intimo que se possa ser

Estabelecer conquistas e realizações
Por mais que não existam padrões
Cada um com sua receita caseira
E que assim sempre seja feita

A sua historia em versus parábolas
Por mais que seja um amor do proibido
O que importa é saber sim estar provido
E com a certeza que um dia seremos felizes....
Dez./2010.

Assim semeia a semente

Assim semeia a semente
A matéria prima é seu produto
Modelos que valem de parâmetro
Surge contamina a marca da etiqueta
Fazendo do novo o resultado final de tudo

Uns passam aos outros mesmo que indiretamente
O contato imediato que paira nas entrelinhas
Lateja como uma inflamação a ponto de romper
Que tem seu alivio após a explosão estrondosa

A semente da herança genética jogada no tempo
Criaturas e criadores, antecessores e sucessores
Trazendo e levando um tempo passado e renovado
Subindo um degrau por vez dando a continuação

Como coisas com que insiste parecer não existir
Tendo a sutileza de uma obra de arte que sobressai  
Tão cativante por confortar e agradar uns e outros
Abrigadas em museus que regram sua historia

Nostalgia que vive que ninguém admite
O filme na tela que faz parte da vida real
Mundo fabuloso dos contos de fadas
À volta no tempo em fração de segundos

O gigante do pé de feijão mora la no alto
Tem a galinha dos ovos do ouro cintilante
Toca a harpa com um fino toque mágico
Dorme o dia todo e só acorda com seu ronco

A maldição da múmia intacta há anos
Ai de quem ousar em abrir seu sarcófago
A praga contamina e seu tesouro pode cegar
A sucessão dos reis das rainhas a cada dinastia

O nômade antigo residente do planeta
Resolveu sair da caverna e peregrinar
Seu mundo se expandiu se descobriu
Aprendeu a dar nome e criar as coisas

Uns crêem para ver enquanto outros vêem para crer
Mover as intactas montanhas é só um ponto de vista
Escalar ou admirá-la é uma questão de escolha tua
Afinal de contas personas vêem personas crêem 

Arquiteta-se a estrutura de dentro pra fora
Surge mais um ponto escapista logo adiante
Marca e demarca a esfera global
Se da de inicio o novo de novo...
Nov./2010

Assim

Assim
O dia vai
A noite vem
Vai e vem
Assim vamos

Segundos sempre contam
Minutos sempre passam
Horas sempre marcam
Assim Continuamos

Aqui acolá
Dentro fora
La e Ca
Assim ficamos

Ambiente impactante
Presença marcante
Contato cativante
Assim estamos

Mesmo não tendo ninguém
Sempre aparece alguém
Aparentemente
Não declaradamente
Move e mexe
Turbulência de adrenalina

Fruta proibida do éden
Tentação abundante
Resistência picante
Paraíso incrédulo

Anestesia raquidiana
Sem sentir o chão
Alucinação diminuta
Circenses em miniatura

Visão aguda
Olhar pra traz só no retrovisor
Paladar vencido
O amargo do café segura o dia
Sentido deturpado

É necessário o passaporte da alegria
Fantasias, sonhos, trilhas e estradas
Caminhada em longo prazo via pedágio
Em prol da conquista merecedora

Regando a planta do vazo
Fotossíntese o balão de oxigênio
Quebrando a casca do ovo
E conhecendo um mundo novo
Cara a tapa o crescimento

O artesão põe o sentimento
A arte ganha a sua forma
Sua energia ganha à vida
Esta atravessa camadas

Presente do mais inesperado
Surpresa da mais fervorosa
Lembrança boa daquele tempo
Assim guardamos nossas riquezas
Set./2010

Equilibrista arraigar

Equilibrista arraigar
A comunicação do irracional
Onde o racional não compreende
Códigos secretos e senhas indecifráveis
Habitat natural do movimento surreal

Peixe não fecha o olho
Sempre de um lado para o outro
Morcego voa torto
De cabeça pra baixo de novo

Boi de rio de piranha
Carcaça ambulante
Sacrifício e lição
Todo mundo passa

Solidão crônica
Paixão platônica
Escolha ou destino
Dor arrebatadora

O sentido da força de expressão
A gente deixa de ser quem é
Um incentivo qualquer
Mera coincidência

A banda passa
Não para de tocar
Emplacar uma filosofia
Se juntar, desfrutar tal qual

Escrever certo, falar errado
Pra que se preocupar com o correto
Um sotaque soante e mirabolante
Fazendo da intensidade o choque
A estética que não combina com o dialeto

Partir para um lugar qualquer
Desfrutar da mais bela paisagem
Entrar num quadro de Van Gogh
Sentir as dimensões sujeito e objeto

Uma localização misteriosa
Ao fundo a luz do fim do túnel
A panela de pressão explode pro teto
A decolagem do foguete que não garante a volta

A cada dia inventar um recomeço
O itinerário é tanto para ida como vinda
Pra que ninguém fique a ver navios
Ago./2010

Saturno resolveu dar uma volta por ai

Saturno resolveu dar uma volta por ai
O asfalto escaldante
A miragem que nunca chega
O sol a queima roupa
A pele marcada pelo tempo

Encontraremos a porta
Abrir e fechar ate achá-la
O mapa da cidade é seu labirinto
As saídas permanecem intactas

Façam suas escolhas pessoas
A pedra energizante
A planta do poder
Tudo depende daquilo que se crê

Afinal a mente é guiada por si só
Você é o grande condutor que se rege
Aventuras, maravilhavas, tropeços e apegos
O caminho é único onde se cria a própria estação

Derrubar barreiras, levantar muros
A construção volta e meia de uma forma
A arquitetura que se inova a cada tempo
Como virar a pagina de um bom e velho livro

Cores, sons e tons
A transmutação do inato
Camaleão no mato
Libélula na floresta
Sua pele a textura da natureza
Que finge se passar por despercebido
Reflete o que exala
A mais pura criação

Infectados com o meio
Nem sempre é bom
Enxergar
Escutar
Falar

Confundem a expressão
Com cada interpretação
Julgamentos são subjetivos
Como que digitais mentais

O progresso é evolutivo
O regresso é recuo
O momento é único
O problema é matemática

Por favor
Papel, lápis, borracha e régua
Mais uma modelação se inicia
O tempo vai mudar...
Julho/2010

A matéria emudece

A matéria emudece
Um ser aparentemente estranho
Com um jeito de se expressar em versos
Um dia cumprimenta, outro foge
Com um sorriso que conquista, depois some

Uma mente febril bebendo em varias fontes
Se alimentando de conhecimentos
Aprendendo a dividir as idéias
Ignorando a hipocrisia

Na busca de um caminho
Querendo se encontrar
Não seguir o postulado
Como todos pedem
 
Os autênticos não ficam por muito tempo
Vêem e vivem de outra forma
Os minutos as horas contam de outra maneira
Soam como contrastes em meio aos demais

O pouco tempo se equivale a um longo período de aprendizagem
Tudo intenso e denso se fazendo passar por uma miragem
Saudades e idéias são o que ficam no depois do amanha
E assim as coisas vão amadurecendo e sucedendo-se

Novos frutos nascem
Depois dos que jazem
O ciclo se inicia
Coisas surgem

Pedra quicando sobre a água
E assim vamos brincando
Um tempo sem validade
Onde não exista rivalidade

Tirar água da pedra
Só pra quem não tem pressa
Mesmo que não acreditem
Mole ou dura tanto bate ate que fura

Não pedir e sim fazer com que as coisas aconteçam
O balcão do bar foi a bancada que se revelou
Um caboclo véio de guerra me contou de seus limites
Se percebendo e entendendo seu próprio enredo

No real as amarguras da esperança
Esquecemos da nossa própria vogal
No divino a busca incessante (eu)
No inicio e no fim a consoante (ds)

Que pena
Que aquela novena nos salve
Que o som do atabaque soe
Que as velas iluminem os caminhos

Partir não dói
O que dói é a saudade

Então o que nos resta é este momento...
Junho/2010

Preceito entre os mesmos

Preceito entre os mesmos
Abrem-se as cortinas senhoras e senhores
A sociedade pede o espetáculo
Já nos pregaram nariz de palhaço
Pra que lixo se tem o luxo
Entucham o bucho

O cérebro de repolho
Temperado com abrolho
Aperitivo para o povo
E daí se é doloroso

O mal estar do lugar
Da vontade de cagar (defecar)
Um picadeiro cinco estrelas
Decorado com etiquetas

A náusea é mero passatempo
Gestos e projetos apenas no papel
Sorrisos apenas para fotos
Só pra dizer quem são os melhores

Qualquer um rima
Quero ver agir
Pensar no próximo
Considerar um propósito

Deixar as diferenças de lado
Dividir o bolo entre os comuns

Pra que querer educar!
Pra aprender a raciocinar!
Mais um para disputar
Sem essa de lutar

O espaço é escasso
Por que se importar com a criança descalça
O pé já não queima mais no asfalto
Sola antiderrapante no piso de cascalho

O homem que revira o lixo na noite
A calada da madrugada é seu festim
O carroceiro catador de papelão
Faz de seu cobertor seu ganha pão

A recuperação da escola da vida leva
Sabe-se la o que ela vai pregar
Mais fácil se adequar ao obvio
Porque não pensar no outro?
Março/2010