Preceito entre os mesmos
Abrem-se as cortinas senhoras e senhores
A sociedade pede o espetáculo
Já nos pregaram nariz de palhaço
Pra que lixo se tem o luxo
Entucham o bucho
O cérebro de repolho
Temperado com abrolho
Aperitivo para o povo
E daí se é doloroso
O mal estar do lugar
Da vontade de cagar (defecar)
Um picadeiro cinco estrelas
Decorado com etiquetas
A náusea é mero passatempo
Gestos e projetos apenas no papel
Sorrisos apenas para fotos
Só pra dizer quem são os melhores
Qualquer um rima
Quero ver agir
Pensar no próximo
Considerar um propósito
Deixar as diferenças de lado
Dividir o bolo entre os comuns
Pra que querer educar!
Pra aprender a raciocinar!
Mais um para disputar
Sem essa de lutar
O espaço é escasso
Por que se importar com a criança descalça
O pé já não queima mais no asfalto
Sola antiderrapante no piso de cascalho
O homem que revira o lixo na noite
A calada da madrugada é seu festim
O carroceiro catador de papelão
Faz de seu cobertor seu ganha pão
A recuperação da escola da vida leva
Sabe-se la o que ela vai pregar
Mais fácil se adequar ao obvio
Porque não pensar no outro?
Março/2010
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