sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Equilibrista arraigar

Equilibrista arraigar
A comunicação do irracional
Onde o racional não compreende
Códigos secretos e senhas indecifráveis
Habitat natural do movimento surreal

Peixe não fecha o olho
Sempre de um lado para o outro
Morcego voa torto
De cabeça pra baixo de novo

Boi de rio de piranha
Carcaça ambulante
Sacrifício e lição
Todo mundo passa

Solidão crônica
Paixão platônica
Escolha ou destino
Dor arrebatadora

O sentido da força de expressão
A gente deixa de ser quem é
Um incentivo qualquer
Mera coincidência

A banda passa
Não para de tocar
Emplacar uma filosofia
Se juntar, desfrutar tal qual

Escrever certo, falar errado
Pra que se preocupar com o correto
Um sotaque soante e mirabolante
Fazendo da intensidade o choque
A estética que não combina com o dialeto

Partir para um lugar qualquer
Desfrutar da mais bela paisagem
Entrar num quadro de Van Gogh
Sentir as dimensões sujeito e objeto

Uma localização misteriosa
Ao fundo a luz do fim do túnel
A panela de pressão explode pro teto
A decolagem do foguete que não garante a volta

A cada dia inventar um recomeço
O itinerário é tanto para ida como vinda
Pra que ninguém fique a ver navios
Ago./2010

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