segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Depois do amanha


Depois do amanha
Caminhando a deriva para o outro lado
Que não se sabe ao certo o que é
Se existe se é ficção ou se tem emoção
Alguns afirmam com certeza o que há la
Mesmo estando do lado de cá

Sem fome sem miséria sem inveja
A paz eterna é o que ali impera
Vamos apenas cumprir os mandamentos
Depois não vai adiantar ficar nos lamentos

Alguns se dizem porta voz da adoração
Tendo como meta a veneração
E assim se conquista mais uma geração
Fantoches guiados sem liberdade de expressão

A ovelha desgarrada será crucificada
Por ter escolhido o livre arbítrio
Não se pode fazer o que da na telha
Como ficar fora das barreiras impostas?

Prosperando sobre meu caos sentimental
Limpando os fragmentos via refluxo
Se enquadrando por falta de opção
E como pede a maioria

Quando partir sem essa de endeusar
O que passou ficou e assim se segue
Cada um com seu papel
Como um arqueólogo com seu pincel
Emergindo o esqueleto das profundezas
Revelando-nos sua natureza
Milhões de anos se passaram
Ali permaneceram intactos
Conservados pelos tempos

Trabalho sinuoso esse, talhado a passos de formiga
Ali esperando o momento certo sem pressa
Não se entrega a pepita de bandeja
Passa-se a peneira de mão em mão
Cada um colhe ao seu modo

Impaciência causa desacordo
Assim o tesouro vai num alvoroço
Correm entre os dedos como grãos de areia
Não tem mão dupla o feito ate aqui constituído

Podemos voltar nas eras
Navegar e beber com os Vikings
Travar batalhas com os bárbaros
Desvendar rituais sagrados
Estudar cidades submersas
Revelar costumes e formas de sobrevivência
Marchar com o pelotão desconhecido
E assim entender mais nosso sentido

Onde e como caminhamos
Quem somos? De onde viemos?
Para onde vamos? Eis à incógnita!

Uma nova historia surge
Compramos à prestação a vida eterna
Quando se trata do sagrado não se contesta
Os dias aqui dizem que é apenas uma passagem

Corremos atrás da felicidade permanente
Nada se sabe se entende da gente comumente...
Nov./2009