Memórias de Wakan Tanka
O menino indígena com
chapéu de caubói
De pele cor avermelhada e olhos puxados
Sentado a
montanha desértica do Arizona
Passa seu tempo
aprendendo e observando
Mira o
horizonte a paisagem que é sua casa
A cara da
natureza com sua vegetação árida
Rios que
rasgam as grandes fendas rochosas
E escassas
são as chuvas que regam os cactos
Ele
aprende com os quatro elementos do tempo
Ritos de
passagem o colocam em desenvolvimento
Até que
um dia possa se tornar um bravo guerreiro
Ou até
mesmo ocupar o lugar de um sábio curandeiro
Aprendizado
que é passado entre pais e filhos
Avôs são
os grandes anciões de todas as tribos
Assim
passam a cultura adiante em cada geração
Essa é a
vida desse povo que pensa com o coração
Cultuam e
aprendem com cada estação do ano
Respeitam
todos os seres que vivem desse solo
Os cânions
caracterizados pela textura da terra
Da estrutura
lapidada ao tempo do grande espírito
A luz do
sol aquece o novo amanhecer que chega
O final
de tarde crepuscular une dia com noite
O anoitecer
é frio e tem a chama da fogueira
A sua
volta eles cantam e dançam em louvor
Animais
de Poder são seus fieis escudeiros e aliados
Instrumentos
sagrados de força que curam e ensinam
Um aprendizado
que vale sim por toda uma longa vida
Comum acordo
entre os que vivem na mesma atmosfera
A águia
corta o vento com um rasante no céu límpido
A cobra
sorrateira sob a areia que se levanta em pó
O coiote
uiva como prenúncio de que já escureceu
O cavalo
malhado é pintado com símbolos tribais
Todo sinal
de fumaça é o rastro de um aviso
Assim as
mensagens são trocadas entre os clãs
Algo maior
e supremo rege como move os aldeões
Que fazem
desses indícios o pulsar em suas vidas
Dez./2015