segunda-feira, 23 de setembro de 2013

textículo endoplasmático



O homem da máscara de ferro
Será que já nos demos conta de quantos papeis assumimos durante um dia inteiro?! Desde a hora que acordamos na cama e voltamos à mesma para o merecido descanso?! De certo que assumimos diversos papéis e responsabilidades no cotidiano. Seja na vida pessoal como profissional, esses papeis podem se intercalar em fração de segundos, minutos e ate mesmo por horas. E assim vestimos diversas mascaras ao longo de nossa vida.  

Falando um pouco de historia, as mascaras tem muita influência sobre o ser humano e seu uso é muito antigo podendo variar sua função de acordo com cada cultura. Os indígenas as usam em seus rituais para determinados fins como: dança de guerra, cerimonias de casamentos, roda de cura e ate para espantar espíritos. Já no antigo Egito elas tinham a finalidade de acompanhar os mortos na passagem à vida eterna, na China eram utilizadas para afastar os maus espíritos, Gregos e Romanos usavam em cerimonias religiosas, mais recentemente por volta do século XV elas ganham um caráter festivo no primeiro baile de mascara realizado em Veneza, dentre outras funções ao longo dos tempos.

Assim como as tragédias gregas já mostravam há séculos através das peças teatrais traduzindo de forma lúdica a realidade presente, as encenações recriadas pelos autores perduram ate os dias atuais, seja lá em filmes, seriados, palcos de teatros e assim se estendendo para o cotidiano da nossa vida real. De fato que não somos a mesma pessoa nos ambientes que transitamos durante um dia todo, porem é importante ter consciência desses papeis sociais, evitando assim que essa representação se torne algo mais crônico e consequentemente patológico.             

As mascaras tem um efeito de ocultação de identidade, fazendo com que dependendo do ambiente e situação podemos forjar e ate mesmo plagiar uma personalidade e nos mostrarmos como outra pessoa, ou seja, com ela podemos exibir outras facetas embutidas que estão dentro de nós. É bem comum essa evidencia nos rostos de personalidades cujo papel é publico perante a sociedade, como no mundo artístico e profissões que envolvam contato direto com a massa. É importante ter a consciência de que por trás desses papeis existe em primeiro lugar um ser humano, que assim como qualquer pessoa tem seus desejos, necessidades e defeitos da mesma forma que um cidadão anônimo.
                                                                                                                      
As responsabilidades e a correria do dia a dia nos colocam por inúmeras vezes em posição frenética e desenfreada, fazendo com que nos confundamos com essas facetas que nos acompanham a cada passo dado. É importante saber colocar as coisas em seu devido lugar de acordo com o momento e situação que estamos vivenciando, por muitas vezes nos tornamos escravos de nós mesmos devido às responsabilidades impostas e assim esquecendo quem somos de verdade em nosso intimo, independente do pessoal e profissional.  

É importante ter a noção e saber virar a chave a cada entrada e saída entre os ambientes que transitamos, fazendo que assim possamos evitar desgastes emocionais que consomem energias desnecessárias à determinada situação e assim alimentarmos e nos mostrarmos da forma que convém a cada um em particular perante as situações que nos se apresentam em nossas vidas em particular, sendo que nada acontece em vão e muito menos por acaso. O que sou na vida profissional condiz com a pessoal? Ate que ponto, misturamos os papeis assumidos em um dia a partir do momento que levantamos da cama?! Precisamos nos atentar das responsabilidades e cuidarmos com mais carinho e consideração consigo mesmo e aqueles que vivem a nossa volta.

Os diferentes idiomas que identificam cada lugar do planeta como também a cor da pele e dos olhos é o que temos de originais em nós, como representação de cada cultura local devido as nossas heranças ancestrais. Diante essas particularidades que se apresentam ao coletivo faz com que determinadas características se esbarrem umas nas outras e de forma homogênea se misturando e criando novos costumes dando continuidade na humanidade e assim a criação segue a tona no percurso evolutivo.

Tenho um bocado de mascaras na porta de meu armário que fui criando ao longo da vida por questões de moralidade e sobrevivência devido a grande influencia social que nos induz a quase que todo momento, e aos poucos vou me despedindo de uma a uma ate atingir minha verdadeira essência. É um processo doloroso e difícil de tomar, porem a recompensa é gratificante, porque além exercitar o cérebro, desenvolve o intelecto e nutre a alma.
Set./2013