quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Yage e a conexão com uma regressão

Memórias de Wakan Tanka
O menino indígena com chapéu de caubói
De pele cor avermelhada e olhos puxados
Sentado a montanha desértica do Arizona
Passa seu tempo aprendendo e observando

Mira o horizonte a paisagem que é sua casa
A cara da natureza com sua vegetação árida
Rios que rasgam as grandes fendas rochosas
E escassas são as chuvas que regam os cactos

Ele aprende com os quatro elementos do tempo
Ritos de passagem o colocam em desenvolvimento
Até que um dia possa se tornar um bravo guerreiro
Ou até mesmo ocupar o lugar de um sábio curandeiro

Aprendizado que é passado entre pais e filhos
Avôs são os grandes anciões de todas as tribos
Assim passam a cultura adiante em cada geração
Essa é a vida desse povo que pensa com o coração

Cultuam e aprendem com cada estação do ano
Respeitam todos os seres que vivem desse solo
Os cânions caracterizados pela textura da terra
Da estrutura lapidada ao tempo do grande espírito

A luz do sol aquece o novo amanhecer que chega
O final de tarde crepuscular une dia com noite
O anoitecer é frio e tem a chama da fogueira
A sua volta eles cantam e dançam em louvor

Animais de Poder são seus fieis escudeiros e aliados
Instrumentos sagrados de força que curam e ensinam
Um aprendizado que vale sim por toda uma longa vida
Comum acordo entre os que vivem na mesma atmosfera

A águia corta o vento com um rasante no céu límpido
A cobra sorrateira sob a areia que se levanta em pó
O coiote uiva como prenúncio de que já escureceu
O cavalo malhado é pintado com símbolos tribais

Todo sinal de fumaça é o rastro de um aviso
Assim as mensagens são trocadas entre os clãs
Algo maior e supremo rege como move os aldeões
Que fazem desses indícios o pulsar em suas vidas
Dez./2015

Um comentário:

  1. Sempre incisivo e cristalino. Continue sempre amaciando o papel com palavras sábias.

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