quinta-feira, 24 de abril de 2014

a cara da Cibercultura...



Virtualizados
Telas de celular aos olhos cegam
Sabota toda a visão periférica
Fuga e distanciamento do real
Dissipa o calor humano do leal

Fones de ouvido aos tímpanos tapam
Faz perder o ponto como a estação
Rompem com situações do externo
Dilaceram e individualizam o ser

Cada vez mais seres androides
Movimento sistêmico e robotizado
Geração guiada ao piloto automático
A cada clique e tudo esta padronizado

De fato que estamos catalogados em rede
Entretenimento via navegação banda larga
Ate que ponto um benefício ou a nova chaga
Surge a necessidade inserida ao atual século

Reduz o espaço físico se ganha em velocidade
Substitui trabalho humano e sua capacidade
Cria-se ate então mais uma nova identidade
Assim se dá os passos dessa modernidade

Direcionada sob o abismo da futilidade
Afetados nos iludimos a praticidade
Para onde foi o direito de igualdade
É preciso largar mão da vaidade

Quanto maior a carência mais exposição
Tudo gira em torno de como esta a emoção
A sacada é ponderar moderar e saber usar
É preciso inteligência para viajar sem causar

Até então estamos à deriva nessa conexão
Tornou-se um vicio explicito como patológico
Como uma droga que mascara por puro prazer
Fazendo com que nos esqueçamos dos afazeres

As redes sociais tem um efeito de dessocialização
Distanciam pessoas cada vez mais umas das outras
Substituindo toda presença física ao toque na tela
As pontas dos dedos se fazem ao contato imediato

Temos o direito de nos desligarmos do plug da tomada
Sem se preocupar com o tempo de duração da bateria
Viver sim mais em função do que esta ligado ao tátil
Tecer o percurso de nossa natureza que é versátil  
Abril/2014

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Muito ... muito bom Henrique!!
    Temos uma janela linda para observar o mundo e tudo que nele se movimenta... basta se desconectar do VIRTUAL e abri-la, pq lá fora é que tudo é realmente REAL. bjsss

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  4. Como sempre escrevendo muito bem, descreveu bem o atual paradigma da alienação da sociedade. Parabéns. Saudades. B'jus.

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